Conhecendo as notas em diferentes alturas

André Hipólito

As notas musicais foram criadas como um tipo de código pré-determinado para auxiliar os músicos na leitura de partituras. Em cada país ou em cada povo, as notas musicais podem ser representadas por notas ou marcações diferentes.

Também é possível que as partituras em que elas são organizadas variem de acordo com da tradição. De qualquer modo, as origens das notas musicais remontam ao período da Idade Média.

O saber musical, proveniente da civilização clássica, obtido pelos monges por meio das bibliotecas dos mosteiros foi o que reforçou a necessidade de oficializar e esquematizar determinadas convenções musicais.

Diante desse contexto o monge beneditino italiano Guido de Arezzo, que viveu no século XI, elaborou um sistema de notação musical seguido até os dias atuais. A criação se deu enquanto ele trabalhava no mosteiro da cidade de Pomposa e percebeu a dificuldade dos cantores gregorianos em memorizar as músicas sacras.

Guido de Arezzo avaliou que, ao construir uma escala musical simplificada era possível facilitar o aprendizado dos estudantes, na medida em que também seriam reduzidos os erros de interpretação de uma peça musical.

Nos seus tratados, foi idealizado um sistema para recordar os tons das notas musicais. Ele recorreu a uma canção extremamente popular na época, de fácil memorização o louvor a São João Batista.

Como já mencionamos s pautas surgiram na Idade Média. Foram aperfeiçoadas para representar as alturas das notas musicais, suas durações e o compasso da música, nos ensinamentos de música e no canto gregoriano.

As primeiras pautas tinham uma única linha e eram colocadas sobre a letra da canção. A altura era representada pela distância das notas em relação à linha. Como isso não era muito preciso, o sistema evoluiu gradativamente para uma pauta de quatro linhas, chamada de tetragrama.

No início do uso da pauta usava-se apenas uma linha colorida, datada do século IX. Tempos depois outras linhas foram sendo acrescentadas, o pentagrama que usamos hoje, estabelecido no século XI, foi definitivamente usado a partir do século XVII.

 

No século XV, uma quinta linha foi adicionada e esta configuração é utilizada até hoje. Pauta ou pentagrama é o conjunto de 5 linhas horizontais, paralelas e equidistantes que formam, entre si, 4 espaços onde são escritas as notas e símbolos musicais.

Se precisarmos representar notas mais graves ou agudas do que as nove notas representáveis nas linhas ou espaços do pentagrama, utilizam-se linhas e espaços suplementares.

Para definir qual nota ocupa cada linha ou espaço e a faixa das notas representadas no pentagrama, são utilizadas as claves, que permitem adaptar a escrita para as diferentes vozes ou instrumentos musicais.

A clave musical (do latim “clavis”: “chave”) indica ao músico como ler a partitura, informando o nome e altura da nota, pois a notação musical é relativa e a nota pode ocupar qualquer linha ou espaço na pauta.

A clave indica qual a posição de uma das notas e todas as demais são lidas seguidas como referência essa nota, cada tipo de clave define uma nota diferente de referência, assim, a “chave” usada para decifrar a pauta é a clave.

Modernamente existem quatro claves: Dó, Fá, Sol e a Neutra (rítmica). Elas que permitem a escrita para instrumentos/vozes que possuem tessituras diferentes, pois existem os graves e os agudos, evitando uso das linhas suplementares.

A clave de sol é escrita somente na segunda linha do pentagrama. A Clave de sol juntamente com a clave de fá na quarta linha é a mais utilizada na música atual.

Quando esta clave está na segunda linha, o dó central do piano (dó-3) ocupará a primeira linha suplementar inferior.

Clave de Fá pode ser escrita na terceira ou quarta linha do pentagrama. Nesta clave, a linha de referência é indicada pelos dois pontos e assume a nota Fá-2. A posição mais frequente é a quarta linha. Com esta configuração, a nota Dó-3 do central do piano ocupa a primeira linha suplementar superior.

Também é possível escrever a clave de fá na terceira linha, possibilitando um registro ligeiramente mais agudo. No passado a clave nessa posição mais aguda era utilizada para o barítono, mas seu uso na música atual é raro.

Clave de Dó pode ser escrita na primeira, segunda, terceira ou quarta linha do pentagrama. A nota Dó-3 é indicada pelo centro da figura. Originalmente a clave de dó foi criada para representar as vozes humanas. Cada voz era escrita com a clave de dó em uma das linhas. O alto era representado coma clave na terceira linha, o tenor na quarta linha e o mezzo-soprano era representado com a clave de Dó na segunda linha.

Este uso se tornou cada vez menos frequente e esta clave foi substituída pelas de sol para as vozes mais agudas e a de fá para as mais graves.

Ao partimos da premissa dos conhecimentos apresentamos até o momento, notou-se a necessidade de termos um aprendizado mais eficaz das notas e alturas no pentagrama, com uso de tabuleiros lúdicos, cada tabuleiro tem o nome da clave a ser estudada e cartões para facilitar a compreensão das diferentes alturas das notas.

Neste sentido os tabuleiros, auxiliam o aluno no seu processo de ensino e aprendizagem, propondo caminhos para facilitar o percurso que será alcançando gradativamente, sendo favorável a sua autonomia na leitura de notas em diferentes alturas e claves. Por meio de jogos coletivos e colaborativos, sendo um recurso lúdico e criativo.

Ao utilizar a metodologia do Centro Cultural Maria Paccelle podemos levar em consideração os conhecimentos prévios e conhecimentos que serão adquiridos durante o jogo. Cabe salientar também importância de aprender através de jogos a propriedade do som chamada altura, que nos permite distinguir entre sons graves, médios ou agudos, com esses tabuleiros lúdicos potencializamos a memorização da notação musical desenvolvendo no aluno a autoconfiança na leitura de uma partitura escrita em diferentes claves e alturas.

Revista eletrônica @franquiaccmp – 3ª edição – Novembro de 2023

Nossa convidada de hoje é a educadora musical Sara Cantuaria nascida em 24 de abril de 1989.

Ela iniciou seus estudos musicais em 15 de fevereiro de 2003 com apenas 13 anos de idade.

 

Hoje, com 34 anos de idade tem uma linda trajetória e um projeto lindo atuando no instagram, @tm_dicasecuriosidades, com dicas de teoria musical e ajudando vários alunos e professores de música.

 

Pergunta 1: Conte um pouco sobre quando sentiu o desejo de ser uma educadora musical:

Ao iniciar meus estudos na música, para ser organista, não cogitava e nem imaginava que um dia seria uma educadora musical.

A medida que ia progredindo na música eu ajudava outras alunas e com o passar dos anos fui agraciada e privilegiada com essa responsabilidade na igreja da qual sou membro.

Hoje tenho uma turma em minha responsabilidade.

 

Pergunta 2: Relate como foi a sua busca em prol do seu aperfeiçoamento profissional na área musical:

Quando iniciei meus estudos na música tive pouco contato com a teoria musical e anos depois a metodologia aplicada na igreja passou por mudanças e, foi nesse momento que fui apresentada, de fato, ao Tratado de Teoria Musical.

Eu amei, pois sempre tive vontade de aprender teoria musical, mas o processo de adaptação e ensino-aprendizagem foi lento, pois, tive que estudar sozinha e os conteúdos disponíveis na internet não me fazia ter segurança de que estava aprendendo corretamente os conteúdos propostos para estudos.

A medida que estudava percebi que precisava ensinar a música de forma objetiva e menos cansativo às minhas alunas, mas não conseguia desenvolver nenhum método que tornasse o meu ensino e o aprendizado das alunas mais leve e prazeroso.

Foi em 2020, ao conhecer o Centro Cultural Maria Paccelle, que percebi que o que eu tanto procurava agregar às minhas aulas era o Lúdico, metodologia desenvolvida pela Autora e Musicóloga Maria Paccelle.

 

Pergunta 3: Fale sobre seu trabalho voluntário como professora de música.

Em algumas regiões o ensino musical para organistas é na igreja e de forma gratuita.

Onde eu resido as alunas estudam na igreja e são ensinadas por instrutoras.

 

Pergunta 4: Conte-nos como foi seu desenvolvimento pedagógico após conhecer a metodologia CCMP:

O meu desenvolvimento pedagógico foi: eu APRENDI a ensinar a música!

Ensinar a música de forma segura e sem medo não tem preço.

A felicidade em ver o desenvolvimento das minhas alunas é imensa e não consigo mensurar por palavras a minha gratidão a Deus e a autora Maria Paccelle.

 

Pergunta 5: Fale sobre a sua ideia de fazer um instagram informativo e educativo sobre teoria musical:

Eu tenho a ciência que as dificuldades que eu tive na minha trajetória na música, até conhecer o CCMP, são as mesmas que muitos professores de música enfrentam.

Vi no instagram um meio de fazer chegar a esses professores a Metodologia CCMP e também direciono dicas e curiosidades aos estudantes de música.

 

Pergunta 6: O que mudou na sua vida profissional depois de fazer parte da franquia CCMP?

A metodologia CCMP vem lapidando todos os meus conhecimentos adquiridos em muitos anos de estudos.

Desde 2020, venho fazendo os cursos de capacitação oferecidos pelo Centro Cultural Maria Paccelle, aproveitando todas as oportunidades para aprender algo novo e com a Franquia CCMP não seria diferente. Tinha ciência da oportunidade única que estava tendo e não tive dúvida nenhuma que era uma escolha mais do que assertiva me tornar uma franqueada CCMP.

As mentorias têm me capacitado para construir uma profissão e uma profissional de excelência.

Apesar de não dar aulas particulares, sempre coloco em prática tudo que aprendo e tenho certeza que se um dia decidir trabalhar com alunos particulares estarei muito bem preparada para o desafio.